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Vivemos em um mundo de desigualdade crescente em riqueza e emoções — e a falta de um bom emprego é uma parte significativa dessa desigualdade. Infelizmente, de acordo com dados da Gallup, apenas 23% das pessoas estão prosperando no trabalho.
Além disso, quatro em cada dez trabalhadores dos EUA relatam que seu trabalho tem um impacto extremamente negativo (7%) ou um impacto um tanto negativo (33%) em sua saúde mental. Os jovens trabalhadores estão enfrentando ainda mais dificuldades: quase metade (47%) dos funcionários com idades entre 18 e 29 anos afirmam que seu trabalho afetou negativamente sua saúde mental.
O custo econômico da falta de bem-estar dos funcionários é alto: a falta de saúde mental diminui o desempenho, o engajamento e a lealdade.
Muitas organizações já estão sentindo as consequências negativas da crise do bem-estar, como evidenciado pelas preocupações com o quiet quitting (desistência silenciosa) e a contínua agitação refletida no engajamento dos funcionários. A retenção é um desafio comum, já que muitos trabalhadores deixam suas posições em busca de um ambiente de trabalho que invista em seu futuro e se comprometa a proteger seu bem-estar.
Se os líderes não agirem rapidamente, os desafios relacionados à rotatividade e à atração de talentos só tendem a piorar.
Peter Stavros, o fundador e presidente da Ownership Works e co-líder de Private Equity Global da KKR, acreditava que a mudança era possível, e tudo o que era necessário era a solução certa.
Stavros identificou um problema fundamental: a baixa confiança e o desalinhamento entre colaboradores e líderes. Ele imaginou uma cultura de trabalho onde funcionários e líderes tivessem respeito mútuo, oportunidades equitativas de crescimento e um senso compartilhado de propósito. Nesse tipo de ambiente de trabalho, funcionários e líderes estão unidos por um desejo genuíno de alcançar os mesmos objetivos. Eles buscam os mesmos resultados.
Afinal, se os líderes conseguissem construir relacionamentos com os funcionários além da base financeira, poderiam ganhar sua confiança e cultivar a motivação intrínseca. Poderiam criar uma cultura de propriedade compartilhada.
Para tornar essa visão uma realidade, Stavros fundou a Ownership Works, uma organização sem fins lucrativos projetada para aumentar o engajamento no trabalho. A Ownership Works ajuda as empresas a construir uma cultura voltada ao engajamento, onde cada funcionário tem a oportunidade de se tornar um proprietário acionário com uma participação no sucesso a longo prazo de seu empregador. Nesse cenário vantajoso, os funcionários são inspirados a se destacar, pois não estão apenas financeiramente incentivados a promover o sucesso da empresa, mas também motivados por uma cultura que promove o engajamento.
Ao se associar com a Gallup, a Ownership Works está criando ótimos locais de trabalho que geram retornos financeiros superiores para empresas, investidores e funcionários.
O Engajamento Importa
Uma cultura que promove o engajamento envolve direitos e responsabilidades de ambos os lados — tanto da empresa quanto do funcionário. Em uma cultura que promove a participação, os colaboradores pensam e agem como verdadeiros integrantes — motivados a ajudar a empresa a crescer. Eles também se beneficiam do sucesso: recebem participação real nas ações. Em outras palavras, são proprietários psicológicos e financeiros.
Para os líderes, conquistar a confiança e o envolvimento psicológico requer ouvir os colaboradores, valorizar e responder às suas contribuições, e permitir que eles colham os frutos de seus esforços. Quando os líderes ouvem e compartilham feedback, os colaboradores podem entender como seu trabalho afeta os resultados. Igualmente importante, os funcionários aprendem como o sucesso da empresa se traduz em seu próprio ganho financeiro pessoal.
Dar voz aos colaboradores também transmite respeito e mostra que os líderes se importam, o que promove uma cultura focada no engajamento. Em última análise, isso cria empregos de qualidade — empregos onde os funcionários sentem uma conexão com seu trabalho e suas contribuições.
Empregos de qualidade alimentam o engajamento: as pessoas são mais entusiasmadas e comprometidas quando têm um emprego e um ambiente de trabalho de qualidade — um com renda justa, benefícios e responsabilidades. Elas se orgulham de seus esforços. Não apenas têm um desempenho melhor; elas têm vidas melhores.
Para alcançar isso, os líderes precisam começar a fazer perguntas e envolver os colaboradores. Isso significa buscar feedback e ideias de suas equipes, delegar a tomada de decisões quando apropriado e fornecer atualizações regulares sobre a estratégia, desempenho e conquistas da empresa para colaboradores em todos os níveis da organização — ou seja, tratar e capacitar os colaboradores como partes interessadas. Quando se mantém um diálogo aberto e bidirecional, eles veem como suas contribuições fazem a diferença e como seus esforços significativos melhoram sua perspectiva e bem-estar financeiro.
Em troca, os líderes ganham uma força de trabalho de colaboradores engajados que realmente se importam com o sucesso da empresa.
Os Resultados do Engajamento
O engajamento e um senso inato de participação pelo sucesso da empresa andam de mãos dadas — e impulsionam resultados-chave. Décadas de pesquisa da Gallup provam que o engajamento é altamente preditivo de resultados empresariais, de colaboradores e de clientes.
Além disso, empresas que envolvem seus colaboradores experimentam mudanças na cultura corporativa e no desempenho, incluindo melhoria na lucratividade, retenção e resultados de segurança. Colaboradores engajados são 50% menos propensos a estar em busca de um emprego e sete vezes mais propensos a afirmar fortemente que recomendariam seu local de trabalho como um ótimo lugar para trabalhar.
Os colaboradores também se beneficiam: pessoas com empregos de qualidade têm maior bem-estar, emoções positivas e sentimentos de apoio. De fato, funcionários engajados têm 46% mais chances de estar prosperando em bem-estar. Em termos simples, um emprego de qualidade pode levar a uma vida de qualidade e próspera.
Além disso, a Gallup descobriu um efeito aditivo significativo entre o engajamento dos funcionários e a percepção de participação deles no sucesso da empresa. Quando tanto a participação dos funcionários quanto o engajamento são baixos, apenas 21% dos funcionários afirmam que planejam permanecer na empresa atual. Por outro lado, quando os funcionários sentem uma percepção de participação e seu engajamento é forte, 97% relatam que planejam ficar na empresa.
Como o engajamento e a participação são cumulativos, investir no engajamento dos funcionários pode fortalecer dramaticamente seu senso de participação e esforço voluntário — e, em última análise, desbloquear um desempenho incrível.
A Importância de Ouvir
Chegar lá requer fazer as perguntas certas: os líderes precisam coletar feedback significativo e prático dos funcionários sobre suas necessidades de engajamento. Compreensivelmente, muitos líderes se sentem intimidados pela perspectiva de ouvir opinião de cada funcionário — sem mencionar saber como avaliar. É por isso que Stavros escolheu se associar à Gallup.
A Gallup se orgulha de se associar à Ownership Works para ajudar a estabelecer a participação compartilhada como uma estratégia empresarial de destaque. A parceria foca na construção de uma cultura de participação por meio de um engajamento sustentável e forte dos colaboradores.
A pesquisa Gallup Q12 é fundamental para esse esforço. O Q12 é uma métrica testada ao longo do tempo que prova apoiar a transformação duradoura. Medir o engajamento e a participação dos funcionários é apenas o começo: usar os dados de engajamento para estimular conversas entre gerentes e funcionários que aumentem o engajamento dos funcionários é uma parte importante da jornada.
O desenvolvimento de gestores é outra melhor prática para cultivar o engajamento. Os gerentes são o maior motor do engajamento: eles representam 70% da variação nos níveis de engajamento da equipe. Quando os gerentes recebem oportunidades de desenvolvimento transformacional, podem se comunicar de forma mais eficaz e aprofundar o entusiasmo dos funcionários.
Os melhores líderes fortalecem as habilidades dos gerentes para planejar de forma intencional, ouvir ativamente e agir com base nos resultados de engajamento. De fato, a Gallup e Stavros descobriram que gerentes habilidosos em criar ambientes de trabalho envolventes são vistos como mais fortes e mais eficazes em incentivar a participação.
O Movimento “Ownership Works”
Por meio da Ownership Works, Stavros está escalando a solução de participação para outras empresas públicas e privadas. Como uma organização sem fins lucrativos, a Ownership Works se associa a líderes para aumentar a prosperidade por meio da participação compartilhada no trabalho. “Este movimento é sobre trabalhar em conjunto para criar um futuro do trabalho onde empregadores e funcionários possam vencer juntos”, disse Anna-Lisa Miller, Diretora Executiva da Ownership Works.
Todos os dias, a Ownership Works ajuda líderes a mudar de gerenciar pessoas como passivos para capacitá-las como ativos.
A Ownership Works está promovendo a participação de várias maneiras, incluindo ajudar líderes a estruturar e implementar amplos programas de participação compartilhada. E, de forma crucial, a Gallup e a Ownership Works ajudam líderes a construir culturas de participação que engajem os membros da equipe.
Globalmente, os líderes reconhecem que o bem-estar dos colaboradores é central para fornecer empregos envolventes e equitativos. A compensação é vital; os trabalhadores também exigem uma experiência de trabalho justa e empoderadora. Ou seja, para inspirar o desempenho, as empresas precisam apoiar os funcionários financeiramente e oferecer um emprego de qualidade.
Os benefícios falam por si mesmos: uma cultura de participação melhora a qualidade de vida dos funcionários e proporciona retornos financeiros para todos — empresas, investidores e funcionários. Em última análise, a participação contribui para uma economia mais inclusiva e equitativa para todos.
A conclusão é que o desempenho aumenta quando você dá aos colaborares um senso de pertencimento e alinha seus interesses com os da administração e dos acionistas. A participação compartilhada é um cenário vantajoso que ajuda empresas e colaboradores a crescerem juntos, tornarem-se mais engajados e construírem culturas mais fortes.
Fonte: https://www.gallup.com/workplace/544361/building-quality-jobs-ownership.aspx
Autores:
Areen Jalajel is a Portfolio Director for Gallup’s U.S. Enterprise business and leads Gallup’s overall partnership with Ownership Works.