Fatores Psicossociais e seu Impacto na Cultura Organizacional
Veruska Galvão – 07 de Fevereiro de 2025.
Os fatores psicossociais têm ganhado cada vez mais relevância no ambiente de trabalho, especialmente com as recentes atualizações na NR1, que agora exige que as empresas façam a gestão não apenas dos riscos físicos, mas também dos riscos psicossociais. A partir de maio de 2025, a fiscalização sobre esses aspectos se tornará uma realidade, exigindo das organizações uma atenção redobrada para a qualidade do ambiente de trabalho.
Mas o que são, afinal, os fatores psicossociais? Esses fatores envolvem aspectos emocionais, sociais e psicológicos que influenciam as relações e a dinâmica dentro das empresas. Eles impactam diretamente a forma como as pessoas se relacionam, se comunicam e executam suas atividades no dia a dia organizacional.
Muitos profissionais de RH e Desenvolvimento Humano ainda não dominam esse conceito, mas ele é fundamental para a construção de um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Compreender os fatores psicossociais permite não apenas identificar riscos, mas também promover práticas que fortaleçam a cultura organizacional.
A cultura organizacional é o conjunto de valores, crenças, normas e comportamentos compartilhados dentro da empresa. Ela influencia diretamente a qualidade das relações e, consequentemente, a produtividade e o bem-estar dos colaboradores. Relações saudáveis no ambiente de trabalho contribuem para um ambiente mais seguro e motivador, enquanto relações frágeis podem gerar insegurança, medo e baixa performance.
Muitos dos desafios enfrentados no ambiente corporativo hoje decorrem da falta de um direcionamento claro sobre como as pessoas devem se relacionar. Desde dificuldades em crescer na carreira até problemas de comunicação entre líderes e equipes, tudo isso pode estar atrelado à ausência de um olhar atento para os fatores psicossociais. Quando as relações interpessoais são frágeis, a qualidade dos resultados também é comprometida.
Com a inclusão dos riscos psicossociais na NR1, pode-se dizer que a humanização das relações virou lei. Um ambiente de trabalho que favorece a segurança psicológica, permitindo que os colaboradores expressem suas ideias sem medo de represálias, fortalece a cultura organizacional e melhora o clima da empresa.
Ambientes de alta pressão, sem apoio e reconhecimento, podem levar a quadros de burnout, desmotivação e afastamentos. É por isso que a cultura organizacional deve ser construída com base na educação psicossocial, promovendo treinamentos e práticas que fortaleçam os relacionamentos dentro da empresa.
Profissionais de RH, DH e segurança do trabalho precisam dominar esse tema para orientar a liderança na construção de um ambiente mais saudável. A cultura organizacional deve ser a base para todas as iniciativas empresariais, evitando a criação de programas desconectados da realidade da organização.
Empresas que investem na promoção de fatores psicossociais positivos, como apoio mútuo, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e comunicação aberta, colhem benefícios como maior engajamento, produtividade e retenção de talentos. Exemplos como o Google mostram como organizações que priorizam o bem-estar emocional obtêm resultados consistentes em desempenho e inovação.
Os fatores psicossociais são determinantes para a qualidade do ambiente de trabalho e para a construção de uma cultura organizacional sólida. Com a nova regulamentação, as empresas precisarão atuar não apenas na prevenção, mas também na correção de comportamentos que possam comprometer a saúde emocional dos colaboradores. Profissionais preparados para lidar com esse tema terão um papel estratégico dentro das organizações, ajudando a transformar o ambiente corporativo em um espaço mais humano, produtivo e sustentável.
Veruska Galvão É especialista em Liderança, Segurança Psicológica e Cultura Organizacional. Empreendedora e psicóloga organizacional dentre tantas outras funções que a apoiam na condução de líderes e RH’s para a transformação do mundo do trabalho. Ama trabalhar com GENTE e seu negócio, definitivamente, são pessoas. Palestrante e escritora. É fundadora da Akademia de Transformação Organizacional, empresa de educação corporativa focada na formação de agentes de transformação do novo mundo do trabalho. E idealizadora do Movimento Maio Humanizado.
