Crescer a qualquer custo ou crescer com inteligência? A nova mentalidade das empresas de alto desempenho
Crescer com inteligência é usar tecnologia para tornar processos mais eficientes, diz Stenyo Lago, CPO na Conta Simples
*Por Stenyo Lago, CPO na Conta Simples
Início de trimestre é sempre uma boa oportunidade para ajustar rotas. E, mais do que isso, para refletir sobre como estamos crescendo — e para onde queremos ir. Durante muito tempo, o crescimento acelerado foi tratado como um fim em si. Captar mais, contratar rápido, escalar a qualquer custo. O mantra do “crescimento a todo vapor” moldou uma geração de negócios — e também levou muitos deles a becos sem saída.
Nos últimos anos, essa lógica começou a mudar. O mercado passou a valorizar empresas que crescem com eficiência, clareza e impacto real. E essa transição de mentalidade está provocando transformações profundas dentro das organizações, especialmente na forma como construímos produtos e utilizamos tecnologia.
Mais do que perseguir métricas de vaidade, times de alto desempenho estão se fazendo perguntas mais relevantes: como escalar sem desperdiçar? Como crescer sem perder o controle? Como usar dados de forma estratégica, e não apenas ilustrativa?
Na prática, isso exige uma atenção redobrada ao que realmente gera valor — tanto para o cliente quanto para o negócio. No meu dia a dia liderando produto, tenho visto o quanto essa mudança pede mais do que ajustes pontuais. Trata-se de uma reconfiguração do pensamento com foco em sair do imediatismo e caminhar rumo à maturidade.
Neste caso, a tecnologia entra como alavanca, mas não como solução mágica. Crescer com inteligência é usar tecnologia para tornar processos mais eficientes, decisões com mais embasamento e times mais autônomos. Isso vale para a gestão de despesas, para o relacionamento com o cliente, para a análise de dados e para mais uma infinidade de situações.
No fim das contas, a diferença entre crescer de forma sustentável e apenas inflar está nos detalhes — na capacidade de priorizar o que realmente importa, de escutar antes de agir, de simplificar em vez de tentar impressionar. Porque crescer com inteligência não significa criar soluções sofisticadas, mas sim entregar valor de forma clara. É essa nitidez que organiza operações, embasa decisões e viabiliza um crescimento consistente e duradouro.
Arrisco dizer que as empresas que vão liderar o mercado nos próximos anos são aquelas que entenderam que o verdadeiro desempenho não está no tamanho da vitrine, mas sim na solidez do que acontece por trás dela.
Números mais recentes mostram que as empresas estão utilizando Inteligência Artificial (IA) e análise de dados para melhorar decisões operacionais. Segundo estudo da Wharton, em 2023, apenas 37% dos líderes empresariais afirmavam usar IA regularmente. Em 2024, esse número saltou para 72%, com mais de 800 executivos de grandes organizações.
Essa mudança dramática na adoção da IA reflete uma mudança cultural e estrutural no mundo dos negócios. Departamentos inteiros estão reformulando suas operações para integrar a IA em atividades essenciais, desde o atendimento ao cliente até o planejamento financeiro, sinalizando um novo paradigma, uma evolução do trabalho e negócios onde a tecnologia está sendo promovida às camadas mais executivas e estratégicas das empresas.
A diferença é que agora, mais do que nunca, estamos aprendendo a usar essa inteligência com propósito. E esse é o desafio — e a oportunidade — de quem está construindo agora.
Mais uma vez estamos aprendendo a utilizar a inteligência da máquina para amplificar a inteligência humana. Aprender a navegar por essas oportunidades é o desafio daqueles que ousam flertar com a construção desse futuro incerto.
Fonte: https://startups.com.br/artigo/crescer-a-qualquer-custo-ou-crescer-com-inteligencia-a-nova-mentalidade-das-empresas-de-alto-desempenho/
