O que a eleição do Papa Leão XIV nos ensina sobre cultura organizacional sustentável?
No dia 8 de maio de 2025, a Igreja Católica anunciou seu novo líder: o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, que adotou o nome de Papa Leão XIV. Sua eleição, ocorrida na quarta votação do conclave, marca a escolha do primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos, refletindo uma Igreja que valoriza a continuidade de sua missão.

Independentemente de crenças pessoais, é impossível negar: do ponto de vista organizacional, a Igreja Católica é um case de perenidade baseado em sua cultura.
E é aqui que entra a minha provocação: o que nós, como líderes, profissionais de gestão de pessoas e consultores, podemos aprender com isso?
Vamos agora fazer um paralelo entre os pilares culturais que sustentam esta instituição milenar e as culturas empresariais:
1. Um propósito que atravessa o tempo
A missão da Igreja sempre foi clara e transcendental: levar a fé cristã ao mundo.
Nas empresas, propósitos genuínos — que vão além do lucro — criam alinhamento, engajamento e direção.
2. Rituais e símbolos que criam identidade
Missas, datas sagradas, celebrações, vestimentas e gestos reforçam um pertencimento coletivo.
Nas organizações, rituais internos e símbolos fortalecem a cultura e conectam as pessoas ao que é vivido, e não apenas ao que é dito.
3. Formação contínua e liderança coerente
A Igreja sempre investiu na formação de seus líderes. Hierarquias claras, processos estruturados e sucessão bem definida.
Uma cultura só se sustenta quando a liderança vive aquilo que prega.
4. Adaptação com essência
Da Idade Média ao Instagram, a Igreja se transformou sem perder o centro da sua mensagem.
Empresas com culturas fortes sabem inovar sem perder sua essência. Elas evoluem com propósito.
5. Comunidade viva e intergeracional
A Igreja constrói vínculos afetivos por gerações. Ela faz parte da vida das pessoas.
Organizações que criam laços humanos, verdadeiros e duradouros, resistem ao tempo, às mudanças e às crises.
6. Storytelling poderoso
A Bíblia, os santos, os milagres — tudo é contação de histórias.
Empresas que sabem narrar sua origem, suas conquistas e seu impacto criam uma cultura que emociona, inspira e mobiliza.
O que aprendemos com isso?
A perenidade da Igreja Católica é uma aula sobre o poder invisível — e muitas vezes negligenciado — da cultura.
Cultura não é acessório. É alicerce.
É o que sustenta o legado de uma instituição, mesmo quando tudo ao redor muda.
E você, já parou para refletir sobre a cultura da sua organização? Ela vai resistir ao tempo ou só ao próximo trimestre?

Veruska Galvão É especialista em Liderança, Segurança Psicológica e Cultura Organizacional. Empreendedora e psicóloga organizacional dentre tantas outras funções que a apoiam na condução de líderes e RH’s para a transformação do mundo do trabalho. Ama trabalhar com GENTE e seu negócio, definitivamente, são pessoas. Palestrante e escritora. É fundadora da Akademia de Transformação Organizacional, empresa de educação corporativa focada na formação de agentes de transformação do novo mundo do trabalho. E idealizadora do Movimento Maio Humanizado.